Resumo do Livro Cidadania Brasileira
Capítulo 1 - O peso do Passado (1500 – 1822)
Para Carvalho, com a colonização que durou três séculos, os portugueses deixaram um vasto conhecimento cultural e religioso, mas também deixou uma população analfabeta, uma sociedade escravocrata, uma economia monocultora e latifundiária, um Estado Absolutista. A conseqüência foi a dominação e o extermínio em massa através de guerras, escravidão e doenças de milhões de índios. Segundo o autor, a escravidão foi o fator mais negativo para a cidadania. Tanto os escravos como os senhores não eram cidadãos, porque não possuíam os direitos civis básicos e faltava lhes o verdadeiro sentido da palavra cidadania, a igualdade de todos perante a lei. Em 1872, apenas 16% da população eram alfabetizadas, não sendo do interesse da administração colonial difundir essa arma cívica. No período colonial, “os direitos civis beneficiavam a poucos, os direitos políticos a pouquíssimos, os direitos sociais ainda não se falava, pois a assistência social estava a cargo da Igreja e de particulares” (p.24). Segundo o autor, o período colonial chegou ao fim “com a grande maioria da população excluída dos direitos civis e políticos e sem a existência de um sentido de nacionalidade”. (p. 25).
1822: Os direitos políticos saem na frente
De acordo com Carvalho, a independência não trouxe grandes mudanças, um dos motivos podendo ser de que a independência do Brasil foi negociada e relativamente pacífica.
Após a separação continuou a monarquia. A preocupação da elite com a ordem social e o sonho de um novo império, que levou a uma solução monárquica, garantir uma transição tranqüila do rei que contava com o apoio popular. Para o autor, o papel do povo não foi decisivo. Segundo Carvalho, a legislação brasileira era muito liberal, pois ampliava o direito ao voto em relação aos padrões dos países europeus e ainda permitia que os analfabetos votassem. As eleições eram freqüentemente fraudadas,