Resumo do ivro cartas a uma jovem psicanista
1029 palavras
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Cartas a uma jovem psicanalistaBem no início de Cartas a uma jovem psicanalista, Heitor O’Dwyer de
Macedo diz “foi o teatro que fez de mim o psicanalista que sou”. Fazendo uma colocação inicialmente enigmática, mas que vai dar o tom às 36 cartas que compõem o livro e são endereçadas a uma jovem analista francesa com quem Heitor se propõe a dialogar. Radicado na França desde 1968, brasileiro, Heitor era diretor de teatro antes de tornar-se psicanalista. Publicou, entre outros, Ana K, a conjugação do corpo: história de uma análise e Do amor ao pensamento. Seu livro, Cartas a uma jovem psicanalista foi publicado em 2008 na França.
Cartas a um jovem psicanalista, remete, ainda, à correspondência trocada entre Freud e Fliess, documento importante do período de construção da psicanálise. Heitor, cuja intenção é transmitir a paixão e a alegria necessárias ao fazer psicanalítico, compartilha com estes as vantagens trazidas pelo gênero, que propicia vasta liberdade para que se abordem os temas mais variados, desenvolvendo novas reflexões e levantando indagações que não necessitam extenso aprofundamento. O resultado final é de um texto, ao mesmo tempo, fluido e prazeroso, serve tanto para interessados pela psicanálise, quanto para profissionais da área.
Muitos tópicos são abordados nas cartas, dentre os quais: questões relacionadas ao enquadre (poltrona ou divã, honorários, humor e confiabilidade), ao processo analítico (transferência, resistências, interpretação e ensino), à psicopatologia (histeria, perversão, psicose) e à leitura de Freud contraposta a outros autores
(principalmente Lacan e a produção inglesa). Observador, por vezes mordaz, Heitor não se esquiva de abordar, paralelamente, pontos mais sensíveis e espinhosos do trabalho analítico, expondo arrogâncias, filiações teóricas paralisantes e tecnicismos exagerados na condução do tratamento. Seu livro tem o mérito de revisitar lugarescomuns do fazer do analista e, falando do que raramente se