Resumo do governo Collor
Matheus Gripp
Fernando Collor de Mello venceu a primeira eleição direta após a volta da democracia no Brasil. Em uma disputa acirrada com Luís Inácio Lula da Silva no segundo turno, Collor se elegeu transmitindo aos eleitores a imagem de alguém jovem, obstinado e preparado para mudar a política do país. Com o discurso de dar um fim nos marajás, nome dado aos funcionários públicos com altos salários, foi eleito com mais de 42% dos votos válidos.
A promessa de campanha era chegar no poder dando um choque de gestão pública. Já no primeiro dia após ser empossado no cargo, o presidente tomou a primeira medida do governo: anunciou o Plano Collor, que previa o retorno do Cruzeiro como moeda, congelamento de preços e de salários, além do bloqueio de contas correntes e de poupanças em um prazo de 18 meses.
Esse plano, contudo, não obteve o êxito que o governo esperava. O país entrou em recessão e os índices de desemprego aumentaram significativamente, gerando insatisfação popular. Pouco mais de seis meses após o primeiro pacote de medidas, o presidente lançou o Plano Collor II, que também tinha como objetivo diminuir a inflação. Novamente, não foi bem sucedido no objetivo, acarretando mais descontentamento do povo. A pressão foi tanta que Zélia Cardoso, ministra da Economia, pediu demissão do cargo.
As coisas se complicaram para Fernando Collor quando diversas denúncias começaram a pipocar na imprensa, dando conta de que várias pessoas próximas ao presidente estariam envolvidas em desvio de verbas públicas. A grande revelação foi feita pelo irmão do governante, Pedro Collor, que deu uma entrevista à revista Veja fazendo tais denúncias.
A partir daí, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi instaurada, para averiguar a participação do presidente Fernando Collor no esquema de corrupção chefiado pelo ex-tesoureiro de campanha e amigo pessoal de Collor, PC Farias. A Câmara dos Deputados se reuniu e decidiu, por maioria dos votos, que o