Resumo do filme "Besouro"
“O besouro é um inseto que, por suas características, não deveria voar, mas voa.“
Esta talvez seja a frase que faz a melhor síntese do filme brasileiro “Besouro”, lançado em 2009 e dirigido por João Daniel Tikhomiroff, que conta a história do capoeirista Manuel Henrique Pereira, mais conhecido como… “Besouro”.
O filme é um espetáculo visual para os padrões tupiniquins de qualidade, além de contar com o trabalho de Huen Chiu Ku, coreógrafo responsável pelas cenas de luta de “Kill Bill” e do épico “O Tigre e o Dragão”.
O maior mérito do filme é retratar de forma belíssima a capoeira e o Candomblé, a religião dos orixás, heranças trazidas dos negros da África para o Brasil e os dois maiores elementos de integração entre os povos africanos que vieram escravizados para estas terras d’além-mar.
Besouro e o orixá Exu.
“Besouro” se passa no Recôncavo Baiano da década de 1920, época em que os negros, apesar de livres, ainda não tinham a liberdade merecida. Nesta região, como em várias outras do interior do Brasil, imperava o coronelismo e a lei era ditada pelos fazendeiros e seus capatazes.
A vida dos negros após a Lei Áurea:
Após a abolição da escravatura, era de se esperar que os negros tivessem sua liberdade garantida. Até havia liberdade, as fazendas de café e cana-de-açúcar tiveram que acabar com o trabalho escravo e arrumar outra mão-de-obra… ou pagar pelo serviço dos negros recém-libertos.
Na prática a lei assinada pela princesa Isabel em 13.5.1888 não acabou com o racismo, a discriminação e as desigualdades sociais existentes entre negros – agora trabalhadores comuns – e patrões. E os brancos, mesmo os mais pobres, também demonstravam um certo racismo.
Assim, as pessoas que não tinham conhecimento sobre os costumes dos negros ficavam assombradas quando tinham contato ou apenas ouviam falar. Mas na verdade o Candomblé nada mais é que uma fé, uma religião como qualquer outra que tem seus ritos, elementos e músicas.