Jung descobriu que os sonhos são parte também de uma única e grande teia de fatores psicológicos e que parecem obedecer à um determinado esquema, a que ele chamou de processo de individuação. Ao se estudar os sonhos e suas sequências durante alguns anos, perceber-se-á que certos conteúdos sofrem mudanças (emergem, desaparecem e retornam), criando-se assim um esquema tortuoso onde há a ação de uma espécie de tendência reguladora que gera um processo lento e imperceptível de crescimento psíquico (o processo de individuação). O centro organizador de onde emana essa ação reguladora é o self, a que Jung denomina como a totalidade absoluta da psique e da personalidade, ele seria um fator interno de orientação, diferente da personalidade consciente e do ego. O processo de individuação seria a harmonização do consciente com o nosso próprio núcleo psíquico, o self, e geralmente se inicia com uma lesão à personalidade que gera sofrimento. Jung fala no capítulo sobre uma sombra, que seria o lado negativo da personalidade, as qualidades desagradáveis que o indivíduo geralmente quer esquecer mas que temos contato pela fala dos outros ou por nossos próprios sonhos. A função da sombra é representar o lado contrário do ego e encarnar os traços de caráter que mais detestamos nos outros. Jung define duas formas ou dois elementos do inconsciente, a anima (elemento feminino) e o animus (elemento masculino). A anima é a personificação de todas as tendências psicológicas femininas na psique do homem, podendo se manifestar de forma benévola ou malévola ao homem e que pode servir como guia e mediadora do mundo interior. Já o animus é a personificação masculina do inconsciente na mulher e, assim como a anima, apresenta aspectos positivos e negativos. O animus não costuma se manifestar sob a forma de fantasias ou inclinações eróticas, aparece mais como uma convicção secreta sagrada. Tanto o animus quanto a anima apresentam quatro estágios de desenvolvimento. Retomando e aprofundando o