Resumo do capítulo Para que servem os psicanalistas em tempo de desgaça que se ignora? De Julia Kristeva

1640 palavras 7 páginas
Resumo do capítulo Para que servem os psicanalistas em tempo de desgaça que se ignora? De Julia Kristeva
A autora situa de início a Psicanálise como sendo a operação inversa do fazer da sociedade industrial, transformando dinheiro em tempo, em oportunidade de reencontrar a si mesmo. A
Psicanálise então, fornecendo um espaço de escuta, permite ao sujeito moderno investir tanto seu tempo quanto seu dinheiro no psíquico, em um movimento de ida ao seu próprio espaço interior e volta à circulação social através palavra bem dita, do ato de linguagem que faz conectarem-se os espaços. Eis portanto o desafio da Psicanálise: oferecer aos sujeitos da sociedade do espetáculo, da performance e do estresse meios para dar sentido ao “desastre interior. Desafio este que esbarra em alguns obstáculos, dentre os quais dois a autora destaca dois de maior importância: a competição com as neurociências e o desejo de não saber. O primeiro dos obstáculos atualiza uma já antiga questão: a da irredutibilidade de mente e corpo, transformada agora em interação entre a biologia e linguagem. Do lado da biologia estão as conquistas da neurociência e da farmacologia que incidem diretamente na maneira de abordar o sofrimento psíquico e somático; do lado da linguagem uma psicanálise que se tem voltado cada vez mais em direção às formulações da linguística e da semiologia como forma de compreender o psíquico. A ligação das duas faz-se possível numa atualização do conceito de Pulsão, que segundo Freud trata-se precisamente da articulação entre o soma e a psique. Entende-se então que a pulsão é dotada de uma dupla natureza, é por um lado biológica, energética, e por outro lado representação que se manifesta em linguagem. O destino da pulsão, expressão das representações, circuitos neurais e deslocamentos dos afetos, tecem uma trama complexa que no período mais arcaico da constituição do sujeito já conforma uma

estrutura que permite a esse sujeito acessar a

linguagem.

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