Resumo do capítulo 6 de "Cidade de Muros - Crime, Segregação e Cidadania em São Paulo"
A segregação socioespacial é uma característica importante das cidades. O espaço da cidade é organizado por regras que são padrões de segregação, variando na história e culturalmente. Três padrões são abordados. O primeiro foi do final do século XIX até os anos 1940, de grupos sociais comprimidos em pequena área urbana e segregados por tipos de moradia. O segundo padrão se deu de 1940 até 1980, da lógica centro-periferia. O terceiro padrão vem se configurando após a década de 1980, o padrão dos enclaves fortificados.
De final do século XIX até os anos 1940, o espaço de São Paulo era marcado pela concentração e heterogeneidade. A cidade passaria por uma transformação que levaria o espaço urbano ao caos. A transformação de um centro financeiro para industrial acarretou em severas mudanças. As elites e os trabalhadores moravam relativamente próximos, mas a elite habitava as regiões mais altas, como a da atual Avenida Paulista, enquanto os trabalhadores habitavam margem de rios e ferrovias.
Preocupados com o crescimento populacional, a elite via formas para a separação dos ricos e pobres. As tendências higienistas serviam para isso. Baseados em suas prerrogativas, mudaram-se das áreas densamente ocupadas para as mais distantes e com empreendimentos imobiliários exclusivos.
O planejamento e o papel do Estado na urbanização ainda eram precárias. Mas medidas do governo municipal começariam a mudar o padrão da segregação. A criação de linhas de ônibus e a desativação dos bondes possibilitou a expansão da cidade para a periferia. Os movimentos dos industriais, de sindicatos e o governo federal, visando a aquisição de moradias para os trabalhadores industriais mudariam muito o cenário urbano de São Paulo.
No padrão de segregação seguinte, da relação centro-periferia, diferenças são delimitadas. Os ricos possuem moradias legalizadas e não construídas por eles mesmos, enquanto os pobres moram em moradias