Resumo do capitulo 5 - raymundo faoro os donos do poder
Orientados pelo rei de Portugal, que queria o controle das riquezas do Brasil (pau-brasil e açúcar), a corte portuguesa imaginou um sistema de delegação de autoridade que conferia vantagens reais em troca de encargos, aplicada aos monopólios pelos donatários (rendas e tributos). As terras foram divididas entre os que cercavam o rei: os burocratas e militares, letrados e guerreiros, a pequena nobreza sedenta de poder, enfim, o rei e o estamento burocrático. O rei e o estamento criaram vilas antes das povoações. O processo de colonização do Brasil foi feito de forma autoritária e antidemocrática. Essa divisão das terras em capitanias hereditárias tinha intenção de organizar melhor a colônia. Cada capitania distribuía as terras, cobrava os tributos, ou seja, estimulava o comercio português.
Segundo Faoro, as capitanias fracassaram por serem distantes de Portugal e por sofrerem diversos ataques indígenas. Entretanto, Boris acrescenta que “fracassaram em maior ou menor grau, por falta de recursos, desentendimentos internos, inexperiência, ataques de índios.” [FAUSTO, Boris, História do Brasil. p. 25]
Crescia um inimigo poderoso, que desafiava a corte, para o qual o governo e a centralização eram a mesma coisa, o estamento burocrático. “Havia muito a perder, com postos que o rei não proveria se continuasse o plano das donatárias. O maior perigo, além da ineficiência do esquema de segurança confiado aos capitães-governadores, vinha da ascendente privatização dos donatários e colonos.”² [FAORO, Raymundo, Op. Cit., p. 164] No Brasil, o poder econômico, também permitiria ou facilitaria a prestação de novos serviços. Constituía-se uma elite detentora de recursos, proprietária de terras e de escravos, engajada e comprometida com o processo de ocupação que forneceria os quadros para a administração colonial. A turbulência ameaçava o poder do rei. Os colonos defendiam cada vez mais seus próprios interesses, copiando os modelos de