resumo do capitulo 5 do livro " casa grande e senzala
“Escravo negro na vida sexual de família do brasileiro” (continuação)
Todos os viajantes que puderam passar pelo Brasil destacam o “ridículo” da vida brasileira: os meninos, uns homenzinhos à força desde os nove ou dez anos. Obrigados a se comportarem igual gente grande, foi quase um Brasil sem meninos, o dos nossos avós e bisavós. Aos sete anos já muitos meninos traziam na ponta da língua as capitais da Europa, os dos “três inimigos de alma”, sabiam as quatro operações,tinham preocupações, vícios e responsabilidades de homens feitos, recitavam em francês e declinavam em latim. Nas roupas preto, colarinho duro, botinas pretas e andar grave gestos sisudos de quem acompanha enterro. Tirando o retrato da primeira comunhão de sobrecasaca preto e brozengins, todo esse luto a constatar com o amarelo demasiado do rosto amarelo anêmico – estava a criança rapaz.
Aos olhos de Luccok, um estrangeiro no Brasil, a educação da criança pareceu- lhe reduzir-se a esta função melancólica: destruir nos pequenos toda a espontaneidade. Em casa, até os cinco anos, notou que os meninos de família andavam nus do mesmo modo que os moleques; mais tarde é que vinham as roupas pesadas e solenes distinguir os filhos- família do molecotes da senzala. Roupas de homem.
De uma escola de meninos que o inglês conheceu no Rio ficou-lhe para sempre a impressão tristonha. Viu os pequenos dando lição em salas acanhadas e sem ar. Todos lendo alto ao mesmo tempo. Muitas vezes aos meninos se reuniam crias e moleques, todos aprendendo juntos a ler e a escrever; a contar e a rezar. Em outros engenhos cresceram em igual ignorância meninos e moleques.
Só negros e moleques parecem ter sido barrados das primeiras escolas jesuíticas. Negros e moleques retintos.
O rei de Portugal escreveu cartas que a seu representante no Brasil e nelas devem atentar os que acusam os portugueses de terem sempre tratado o Brasil de resto- terra de pés-de-cabra e de curibocas;