Resumo do artigo
A fundação da estética teve um alcance considerável, acrescentou um novo ramo à árvore da ciência. A autonomia estética apareceu somente no século XIII , a Arte de fato parece ter existido em todos os tempos e em todos os lugares. A autonomia da arte e da estética não tem o mesmo sentido, mas um certo número de correlações existe entre uma e outra. A palavra ARTE, herdeira desde o século XI, de sua origem latina ars= atividade, habilidade, designa até o século XVIII. A própria ideia de estética aparece somente no momento em que a arte é reconhecida e se reconhece através de seu conceito. A estética inaugurou sua fase moderna a partir de 1750, enquanto a ciência é o resultado de um longo processo de emancipação, que pelo menos no Ocidente refere-se ao conjunto da atividade espiritual, intelectual, filosófica e artística, sobretudo a partir da Renascença. A ideia de que a criação não é mais somente divina, mas depende de uma ação humana, impõe-se após muitos debates teológicos e filosóficos, na origem ela não se refere direta nem imediatamente ao domínio da arte. Foi preciso esperar o século XVII para que o belo se liberte dos valores do bem e do verdadeiro e o final do século XVIII para que a imitação da natureza não seja mais considerada como única finalidade do artista. Após a Idade Média, o artesão passou-se ao artista humanista, depois o artista que negocia as próprias obras no mercado e assegura suas promoções junto ao público. A declaração da autonomia da estética foi de algum modo preparada de longa data.
''Criar é produzir alguma coisa a partir de nada'', é uma definição do dominicano Alberto, filósofo e teólogo, apresentada por volta de 1230. Essa definição prova o fato essencial de que nesse período da Idade Média a criação era pensada, o conceito da criação não era concebível na Antiguidade greco-latina, seria impossível sob o ponto de vista teológico o