Resumo do artigo globalização: antropologia e religião – otávio velho.
Neste artigo de 1997, “Globalização: Antropologia e Religião” é interessante atentarmos para o contexto histórico quando foi escrito, durante o “boom” da Globalização. A Antropologia, como ciência social, deveria “abraçar” este tema, mas segundo Velho, os antropólogos teriam criado uma resistência a considerar o estudo desse fenômeno como algo importante para o entendimento da sociedade (ou “das sociedades”) justamente porque na tradição da disciplina sempre haver-se-ia privilegiado demais o local em detrimento do global, além de que não ter-se-ia desenvolvido ferramentas metodológicas que pudessem abarcar esse estudo, que Velho considera muito mais um objeto típico de estudo da Sociologia, disciplina que estaria em contraposição a Antropologia, assim como as polaridades Iluminismo X Romantismo. Trazendo a discussão aos dias de hoje, penso que ainda é muito rica, porém, decerto poderíamos atualizá-la e conformá-la ao contexto atual, visto que muito já é discutido dentro do âmbito da Antropologia e adjacências tendo a Globalização como pano de fundo ou assunto central. Então talvez neste começo do século XXI a Antropologia não esteja mais tão ultrapassada como o autor apontou na época.
Pretendo apresentar neste resumo o desenvolvimento argumentativo do autor, que nos leva a várias reflexões sobre os limites de categorias importantes para as Ciências Sociais, como a noção de Cultura, repensada a dinâmica de criação e recriação desta, tanto como teoria, tanto quanto na realidade empírica. Ele começa falando do estudo da Globalização na Antropologia e sua resistência, depois passa à História e conflitos da disciplina, ilustrados por um exemplo da polêmica entre Sahlins e Obeyesekere,