Resumo de o mestre-escola e a professora
O texto se inicia relatando algumas características do espaço escolar do início do século XIX, onde o médico Manuel Antônio de Almeida extrai trechos da obra Memórias de um sargento de milícias para demonstrar como eram as ‘aulas’ no Rio de Janeiro daquela época. Nessa obra descreve-se o mestre-escola e seu ambiente de trabalho, como no trecho: “Foi o barbeiro recebido na sala que era mobiliada por quatro ou cinco longos bancos de pinho sujos pelo uso, uma mesa pequena que pertencia ao mestre, e outra maior onde escreviam os discípulos, toda cheia de pequenos buracos para os tinteiros...” e “... o mestre, acostumado àquilo, escutava impassível, com uma enorme palmatória na mão, e o menor erro que algum dos discípulos cometia não lhe escapava no meio de todo o barulho...”.
OS PRIMÓRDIOS DA PROFISSÃO DOCENTE NO BRASIL
Após a expulsão da Companhia de Jesus dos domínios portugueses e o envio de professores régios, se inicia no Brasil no século XVIII e início do XIX um processo de laicização da instrução, com o intuito de acabar com o ensino disperso e formar um sistema complexo de ensino estatal. Para a consolidação dessa unificação do sistema em relação à instrução primária, foi necessário adotar um método de ensino e definir os conteúdos a serem estudados, se estabeleceram normas burocráticas a serem seguidas pelas escolas, e também foram proibidos alguns livros e outros autorizados, entre outras questões. Apesar da vinda da Família Real ter colaborado para a aceleração do processo de criação de um sistema homogêneo de ensino, as formas dispersas ainda continuaram coexistindo por muito tempo, na qual a esfera privada tinha mais acesso, pelo fato de ter posses e terras, tendo assim condições de enviar e manter um membro da família, se necessário, na escola. As formas de ensino eram diversas; na zona rural o ensino era feito por padres ligados aos engenhos, e na área urbana havia as Igrejas e instituições filantrópicas,