Resumo de “uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura” de clifford geertz

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA

Por Nádia Brasil Silva

Resumo de “Uma Descrição Densa: Por uma Teoria Interpretativa da Cultura” de Clifford Geertz

Em “Uma Descrição Densa: Por uma Teoria Interpretativa da Cultura”, primeiro capítulo da obra “A interpretação das culturas”, de Clifford Geertz, o autor compõe uma tese que coloca a antropologia como uma ciência interpretativa.
Geertz parte de um viés em que a cultura poderia ser considerada como texto e, por tanto, interpretada. Assim sendo, caberia ao antropólogo não apenas descrever acontecimentos sociais, comportamentos, etc., mas interpretá-los dentro do contexto em que se encontram, de maneira que façam sentido a alguém que esteja à parte dessa sociedade. Uma etnografia seria, por tanto, uma descrição densa e nela poder-se-ia diferenciar uma piscadela de um tique nervoso, ainda que as duas coisas consistissem no ato de contrair a pálpebra direita.

A essência de tal construção teórica estaria não em codificar regularidades culturais abstratas, mas em tornar possíveis descrições detalhadas destas – de forma a “não generalizar através dos casos, mas dentro deles”.
Outro aspecto do texto que, pessoalmente, me chamou a atenção, é a diferenciação que o autor faz entre o que é antropologia e o que é cultura: cultura é aquilo que acontece numa feira, em uma festa, em uma dança... Já a antropologia é um “artifício erudito” - como afirma o próprio Geertz – e consiste em registros escritos que descrevem e interpretam a feira, a festa, ou a