Resumo de: Morte ou transfiguração do leitor?: Os desafios da escrita, de Roger Chartier
INSTITUTO DE LETRAS
TÉCNICAS DE PESQUISA – LET A14 – T03
PROF. NORMA PEREIRA
13 MAI. 2011
OLIVEIRA, DANIEL VASCONCELOS
RESUMO
CHARTIER, Roger. Morte ou transfiguração do leitor? In: Os desafios da escrita. São Paulo: Unesp, 2002.
Apesar de Roland Barthes ter declarado a “morte do autor”, elevando, a partir de então, a importância da figura do leitor a um patamar de destaque, certas transformações, ocorridas nos últimos anos, no que tange, principalmente, às práticas de leitura e à criação literária, apontam para uma nova e não menos importante mudança, caracterizada pelo decréscimo do papel do leitor, e uma consequente "crise da leitura". Sinais dessa nova crise restam claros quando observada a significante queda nas vendas na produção editorial durante os últimos anos, queda observada das obras referentes às ciências humanas e sociais. Outro fator importante da chamada “crise” da leitura – e da “morte do leitor” – reside em uma nova e extremamente significativa mudança paradigmática na estrutura da atividade literária. Trata-se da comunicação eletrônica, que possui o poder potencial de alterar, por completo, a atividade literária, pois se refere ao próprio suporte usado na leitura. O impacto de mudanças dessa natureza, ocorridas ao longo da história, evidenciam sua força transformadora, um evidente exemplo disso se deu com o surgimento da paginação, substituindo os rolos que até então carregavam toda a cultura escrita. O texto digital, fruto da comunicação eletrônica, altera, por completo, a atividade da leitura. Obras clássicas, que tiveram sua criação baseada na própria materialidade dos materiais e objetos onde são lidas, passam a ser, todas, inseridas em um único suporte eletrônico. Discute-se, entretanto, sua participação em uma possível ascensão do "iletrismo" na sociedade, já que, ao menos nos dias de hoje, a aquisição dos produtos eletrônicos ainda é caracterizada por seus elevados custos financeiros,