Resumo de livro
Navegar é preciso, viver não é preciso. De fato, rotas entre dois pontos podem ser muito objetivas, mas a vida humana em mares e terras parece cada vez mais incerta. Nem mesmo os navios, tidos como meios de transporte de baixa emissão de carbono escapam agora de um pente fino na low carbon society, a sociedade com baixas taxas de emissão que começa a tomar força principalmente na União Européia – que se impôs metas substanciais de redução dos gases de efeito estufa.
Um recente relatório da Organização das Nações Unidas, divulgado inicialmente pelo jornal britânico The Guardian, mostra que as emissões do transporte marítimo, causadas em especial pela queima de óleo combustível em suas caldeiras, são três vezes maiores que o estimado até então pela comunidade científica.
Ao tomarem vulto, há quem acredite que essas emissões poderão interferir inclusive no comércio entre as nações, com grande influência no Brasil, por ser um grande exportador de commodites, atividade da qual a sua economia depende intrinsecamente. Assim, os países importadores tenderiam a buscar mercadorias produzidas em locais mais próximos, como observa o embaixador Rubens Ricupero, que já secretariou a Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento e hoje dirige a Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
Segundo o estudo da ONU, as emissões anuais da frota mercante, de 1,12 bilhão de toneladas de gás carbônico, são o dobro das causadas pelo transporte aéreo, normalmente tido com um vilão do aquecimento global. A navegação responde por 4,5% do total de emissões do mundo, que devem aumentar em mais de 30% até 2020.
A União Européia, que é líder mundial da navegação, com um quarto da tonelagem mundial, sempre apregoou as qualidades ambientais do transporte marítimo que, segundo informações de governo, consome apenas um décimo do combustível requerido pelo transporte terrestre.
- Embora seja ainda uma