Resumo de back to africa- uma gota de sangue
Faculdade IMED
Curso: Direito II, noturno.
Back to África
O império contra o tráfico
No auge do comércio de gente, em meados do século XVII, cerca de 85 mil escravos faziam anualmente o trajeto transatlântico. Ao longo de quase quatro séculos, mais de 11,5 milhões de africanos foram embarcados como escravos nas rotas do Atlântico e outros 3,4 milhões surgiram para a Europa ou os países árabes. A Costa do Ouro contribuiu com nada menos que 6,5 milhões de cativos destinados a América. Em virtude principalmente do tráfico, a população da África experimentou uma estagnação quase completa. Não há como minimizar os impactos políticos, sociais e culturais do comercio escravista.
O advento do tráfico transatlântico estimulou uma intensa diferenciação política na África, com a formação de Estados, a consolidação de elites que drenavam para si as rendas do comercio e a configuração de etnias que se engajavam em guerras para a obtenção de cativos. Os grandes reinos negreiros controlavam amplas redes escravistas que se ramificavam pelo interior, abrangendo parceiros comerciais estatais e mercadores independentes.
O tráfico transatlântico de escravos, nos seus três séculos, não era um negocio marginal, mas um núcleo de comercio internacional que semeava o chão no qual nasceria a moderna economia industrial.
A Lei para a Abolição do Trafico de Escravos passada em 1807 na Grã-Bretanha assinalou o inicio de um longo declínio não só do tráfico negreiro como da própria escravidão.
O poder imperial efetivo das potências na África durou apenas um pouco mais de meio século. Com exceções importantes, as administrações europeias não conseguiram moldar mais que a película exterior das sociedades africanas. As crenças, as estruturas familiares, muitos dos tradicionais sistemas de regras ficaram à margem das mudanças promovidas pelos colonizadores. A África sobreviveu, como uma pluralidade de experiências sociais e como uma persistente