Resumo de Antropo

Cultura: um conceito antropológico A conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana é um dilema que permanece como tema principal de numerosas discussões polêmicas. Antes da aceitação do monogenismo (hipótese segundo a qual a humanidade descende de um ancestral comum), os homens se preocupavam com a diversidade de modos de comportamentos presentes entre os diferentes povos. Na Antiguidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens a partir das diferenças dos ambientes físicos. Jean Bodin, filósofo francês do século XVI, desenvolveu a teoria que os povos do norte têm como líquido dominante da vida o fleuma, enquanto os do sul são dominados pela bílis negra. Em decorrência disto, os nórdicos são fiéis, leais aos governantes, cruéis e pouco interessados sexualmente; enquanto os do sul são maliciosos, engenhosos, abertos, orientados para as ciências, mas mal adaptados para as atividades políticas. Para constatar a existência de diferenças entre os povos basta comparar os costumes dos contemporâneos que vivem no chamado mundo civilizado. O nudismo, por exemplo, é uma prática tolerada em certas praias europeias, enquanto nos países islâmicos, de orientação xiita, as mulheres mal podem mostrar o rosto em público. Nesses mesmos países, o adultério é uma contravenção grave que pode ser punida com a morte ou longos anos de prisão. Enfim, as diferenças de comportamento entre os homens não podem ser explicadas através das diferenças somatológicas ou mesológicas. Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais, mas são velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos. Muitas pessoas ainda acreditam que s nórdicos são mais inteligentes que os negros; que os judeus são avarentos e negociantes; que os ciganos são nômades por instinto, e,