Resumo da obra de rousseau
LIVRO I
O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros.
Se eu considerasse tão-somente a força e o efeito que dela deriva, diria: Enquanto um povo é constrangido a obedecer e obedece, faz bem; tão logo ele possa sacudir o jugo e o sacode, faz ainda melhor; porque, recobrando a liberdade graças ao mesmo direito com o qual lha arrebataram, ou este lhe serve de base para retomá-la ou não se prestava em absoluto para subtraí-la. Mas a ordem social é um direito sagrado que serve de alicerce a todos os outros. Esse direito, todavia, não vem da Natureza; está, pois, fundamentado sobre convenções. Mas antes de chegar aí, devo estabelecer o que venho de avançar.
II – Das primeiras sociedades.
A mais antiga de todas as sociedades, e a única natural, é a da família. Ou seja quando cessa a obediência do filho para com o pai e o dever deste para com o primeiro e estes permanecem juntos de forma voluntária , mas não mais natural.
Esta liberdade comum é uma conseqüência da natureza do homem. e havendo nascido todos livres e iguais, não alienam a liberdade a não ser em troca da sua utilidade.
É a família, portanto, o primeiro modelo das sociedades políticas; o chefe é a imagem do pai, o povo a imagem dos filhos, e havendo nascido todos livres e iguais, não alienam a liberdade a não ser em troca da sua utilidade. Toda a diferença consiste em que, na família, o amor do pai pelos filhos o compensa dos cuidados que estes lhe dão, ao passo que, no Estado, o prazer de comandar substitui o amor que o chefe não sente por seus povos.
III – Do direito do mais forte.
O mais forte não é nunca assaz forte para ser sempre o senhor, se não transforma essa força em direito e a obediência em dever. Daí o direito do mais forte, direito tomado ironicamente na aparência e realmente estabelecido em princípio. Ceder à força constitui um ato de necessidade, não de vontade; é no máximo um ato de prudência porque tão logo seja