Resumo Da Introdu O E Capitulo I
Introdução
A sociologia do corpo constitui um capítulo da sociologia especialmente dedicado à compreensão da corporeidade humana como fenômeno social e cultural motivo simbólico, objeto de representações e imaginários.
O corpo é o vetor semântico pelo qual a evidência da relação com o mundo é construída.
Os usos físicos do homem dependem de um conjunto de sistemas simbólicos. Do corpo nascem e se propagam as significações que fundamentam a existência individual e coletiva; ele é o eixo da relação com o mundo, o lugar e o tempo nos quais a existência torna torna através da fisionomia singular de um ator, Através do corpo, o homem apropria-se da substância de sua vida traduzindo-a Para os outros, servindo-se dos sistemas simbólicos que compartilha com os membros da comunidade.
Emissor ou receptor, o corpo produz sentidos continuamente e assim insere o homem, de forma ativa, no interior de dado espaço social e cultural.
As práticas e os discursos que surgem propõem ou exigem uma transformação radical das antigas representações sociais. Uma literatura abundante e inconscientemente surrealista convida à "libertação do corpo", proposta que, quando muito, é angelical. Nesse discurso o corpo é colocado não como algo indistinto do homem, mas como uma posse, um atributo, um outro, um alto ego. O homem é a fantasia desse discurso, o suieito suposto. A apologia ao corpo é, sem que tenha consciência, profundamente dualista, opõe o indivíduo ao corpo e, de maneira abstrata, supõe uma existência para corpo que poderia ser analisada fora do homem concreto.
A crise de significação e de valores que abala a modernidade, a procura tortuosa e incansável por novas legitimidades que ainda hoje continuam a se ocultar, a permanência do provisório transformando-se em tempo da vida, são, entre outros fatores, os que contribuíram logicamente para comprovar o enraizamento físico da condição de cada ato do corpo, lugar do contato privilegiado com o