Resumo da Carta da Transdiciplinaridade
Durante o Primeiro Congresso Mundial da Transdisciplinaridade, é concebida por Edgar Morin, Basarab Nicolescu e Lima de Freitas, a carta da transdisciplinaridade. A carta conta com 15 artigos que situa a transdisciplinaridade no campo do reconhecimento da existência de diferentes níveis de realidade rejeitando qualquer tentativa de reduzir a realidade a um único nível regido por uma única lógica.
Convém ressaltar que, para esses autores, transdisciplinaridade é poder transpassar as fronteiras das disciplinas, ao mesmo tempo estabelecer diálogos entre elas, ao passo que procura romper com o âmbito fechado das ciências, assumindo uma postura de reconhecimento e respeito à diversidade.
Afirmam não se tratar de uma nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência das ciências, sem deixar de ter uma atitude aberta não somente com as ciências humanas, mas também com a arte, a literatura, a poesia e a experiência interior.
Os autores apontam ainda como conceito de transdisciplinaridade a rejeição a todas tentativas de padronização humana reconhecendo a transnacionalidade e a transculturalidade e ainda valorizando atitudes dialógicas e espaços para discussões de qualquer ordem. Entendendo ainda que a economia deve estar ao serviço do homem e não o inverso.
Enfim, o ponto global da Carta da Transdisciplinaridade é poder compreender que ela está para a além da ciência e dos costumes tradicionais e sua finalidade essencial não seria de responder os nossos anseios, mas nos proporcionar uma nova maneira de nos relacionarmos com mundo, e assim nos permitir um acesso a diferentes níveis de realidade.