Resumo Consumo na base da pirâmide
Alana Gomes Sprada2
Cap.2.
O texto busca entender como os grupos familiares da chamada “camada popular” estabelece uma hierarquia de valores nos seus padrões de consumo. O foco é entender como se dá essa lógica e entender as preferências. Essa maneira de entender os seres humanos com uma lógica cultural (na qual eles agregam valores coletivamente através da cultura e não da necessidade) é uma inspiração da obra do antropólogo Marhsall Sahlins. Esse ponto de vista se contrapõe a razão prática, que entende que as culturas se formam por causa de um interesse utilitário. O autor citado ressalta que é essa característica de atribuir significados ao objetos/acontecimentos que diferencia os humanos dos outros animais. O interessante de analisar as classes populares através da lógica cultural é observar que há pouco interesse por essas classes, tanto no meio acadêmico quanto mercadológico, que isso demonstra certo preconceito com esses consumidores. Essa falta de interesse e de conhecimento sobre as classes das bases da pirâmide social leva a crença que eles consomem por necessidade e não pela significação/cultura, colocando os indivíduos pertencentes a essas classes numa condição “não-humana” de vida. Vale ressaltar que esse fenômeno de desinteresse é mundial e acontece no Brasil. Até os anos 1980 a definição dos grupos CDE era baseada na falta de bens, trabalho e de consciência de classe. Isso teve uma relativa mudança em momentos de desenvolvimento socioeconômico, onde é “surpreendente” a participação dessas classes na economia. É perceptível, nas poucas pesquisas existentes sobre as classes populares, o tom de surpresa acerca dos hábitos de consumo “exagerados” dessa camada. O método utilizado é o de “inspiração”, no qual não se passa o tempo usual de pesquisas antropológicas com o grupo social, mas um período mais curto de imersão. Além disso, a observação participante foi usada como fonte de evidência, isso consiste em