Resumo Construtivismo
A perspectiva construtivista surge na década de 1980, trazendo para o centro do debate em Relações Internacionais as ideias existentes – que servem tanto de base como de forma de interpretação – acerca dos fenômenos internacionais, bem como os valores que perpassam as decisões dos atores no Sistema. Estrutura-se, assim, o conhecimento de que o mundo é socialmente construído pelos agentes, que, por sua vez, têm suas naturezas, valores, objetivos e cursos de ação modificados pelas dinâmicas estruturais. Além disso, o próprio entendimento de mundo passa a ser uma construção do indivíduo, por meio principalmente da linguagem, que é o principal intermédio do individuo com outros indivíduos, com o seu entorno e com a sociedade como um todo.
Logo, a realidade é fruto do conhecimento humano, e não algo que existe per se, pré-determinado e externamente ao homem. O indivíduo, a sociedade e o ambiente em que estes interagem são interdependentes e co-constitutivos, e é nessa relação multidirecional que os interesses e as preferências dos indivíduos são constituídas, e que a estrutura sistêmica é conformada.
Dentre os fenômenos socialmente construídos está a própria anarquia internacional, sendo a partir da interação entre os indivíduos que surgem padrões de cooperação ou de conflito. As regras que fundamentam estas relações também são frutos das interações e informam aos agentes as conseqüências de seu não-cumprimento. Ou seja, as regras constituem os agentes, tanto quanto estes as constituem. mportante também é o estudo da forma pela qual um agente enxerga os demais, e como este imagina ser interpretado pelos outros atores com os quais interage. É com base nessa reflexão que os Estados formulam seus posicionamentos em relações bilaterais e sua ação em fóruns multilaterais e em instituições internacionais.
A título de exemplo, a análise construtivista desestrutura parte do argumento realista em torno da noção de “interesse nacional” como