Resumo ComeX
Nos últimos anos, muitas indústrias passaram de entidades delimitadas nacionalmente a redes de negócios fragmentadas, em termos organizacionais, e globalmente distribuídas, consistindo em “empresas líderes” e fornecedora e prestadora de serviços ― que muitas vezes operam globalmente. Devido a isso, países e regiões podem se especializar em aspectos especícos da produção, em vez de setores industriais completos. Estes novos sistemas globais de produção são comumente chamados de “cadeias globais de valor”, ou CGVs.
No comércio internacional, as CGVs são mais evidentes no crescente comércio de bens intermediários e na ascensão de novos e importantes atores no sistema de comércio global, principalmente a China. Esta primeira onda de economias emergentes logo se tornou profundamente envolvida com as CGVs, embora o papel especíco de cada país variasse de acordo com seu grau de abertura ao comércio e ao investimento estrangeiro, suas dotações de recursos naturais, humanos e tecnológicos e suas relações geopolíticas com os países mais poderosos do mundo e seus vizinhos mais próximos. Conforme as cadeias de abastecimento vão se globalizando, mais bens intermediários são comercializados entre países, e mais peças e componentes são importados para serem utilizados nas exportações .
ONDE O BRASIL ESTÁ NAS CGVS?
A relação bilateral Brasil-China, em particular, motivou mudanças no papel do Brasil na economia global, como a chamada “primarização” das exportações brasileiras, uma vez que a enorme demanda da China mudou o perl das exportações do Brasil, que se redirecionaram para produtos do setor primário com níveis relativamente baixos de processamento. Aumentar o conteúdo tecnológico das exportações tem constituído, desde há muito tempo, um dos principais desafios do Brasil para avançar no desenvolvimento de atividades de maior valor agregado nos setores primário e secundário. Porém, agora que a tendência aponta na direção oposta,