Resumo Cientifico
Escrita em Língua
Portuguesa II
A Escrita Sob a Ótica das Teorias Discursivo-enunciativas
Produção da Escrita: Produção de Subjetividade
Percebe-se que a leitura é um processo, pelo qual, o autor é o agente de uma prática discursiva. Mas, ocorrem fatores que contribuem para que o autor não controle plenamente o significado daquilo que escreve. Desta forma, torna-se necessário compreender porque o sujeito não domina todos os sentidos que vincula ao escrever. Partindo da hipótese que a interpretação é essencial para a escrita, é possível escrever um texto sem usar de subjetividade? Utilizamos de material bibliográfico de autores como: Coracini (2007), Orlandi (2007), Pêcheux (1988; 1990), para buscar alcançar uma melhor análise dessa problemática. Ao escrever o autor necessita interpretar, pois, segundo Orlandi: “Não há sentido sem interpretação”. Consideramos, então, que todo o texto é aberto, mesmo havendo uma impressão de unidade, mas isso não significa que podemos interpreta-lo de qualquer forma. A interpretação se dá, não apenas pelo autor, mas principalmente pelo interdiscurso. Coracini comenta: escrever é falar de si; é construir-se como sujeito em relação à exterioridade. Orlandi, baseando-se em Pêcheux, comenta: os sentidos escapam à intencionalidade do sujeito; mesmo que o autor do texto veja apenas um sentido naquilo que escreve, ele está fazendo um gesto de interpretação que é fruto tanto da exterioridade que lhe é constituída, quanto da subjetividade. Assim, os resultados aqui expostos, sugerem que não existe uma neutralidade, pois na escrita será instalada a opinião do autor, que é formada por filtros aos quais está submetido, além do seu próprio, que é constituído por outros aos quais é exposto, mesmo que discorde deles.
Palavras-Chave
Escrita; Interpretação; Subjetividade.
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