Não poderíamos entender por completo o conceito de cidade jardim, sem antes recordar a Revolução Industrial, o século XIX foi marcado pela propagação da fábrica, da industrialização, das cidades com poucas condições de salubridade, congestionadas pela polução, a cidade poluída e o trabalho excessivo dos operáriosÉ em Inglaterra que se dá o início deste processo. Resultante do capitalismo industrial, em que a indústria é a principal fonte de lucro, é acentuado a desigualdade social, os salários baixos e exploração dos operários. Há que destacar o êxodo rural, na medida que a população deixava o campo, onde não tinha trabalho, na crença de encontrar melhor qualidade de vida na cidade. Ora isto provocou grandes alterações na imagem da cidade e na vida das comunidades. A paisagem começou a ser marcada pelas chaminés e fumo das fábricas, pelos bairros sociais que funcionavam como a solução mais rápida e eficaz para albergar a população em crescimento, que no entanto falham no saneamento e condições de conforto. Os transportes proporcionaram igualmente o crescimento descontrolado da cidade, onde ao invés da muralha, temos agora a cidade sem limites e em constante expansão. O resultado disto só poderia ser a doença e infelicidade da população. Era necessário escoar as cidades e oferecer novamente qualidade de vida às populações. Questiona-se a possibilidade do progresso com a máquina ou um voltar à tradição, ao passado, a estabelecer novamente uma ligação com a Natureza. Disto surge o conceito de Cidade Jardim. Este modelo de cidade é concebido por Ebenezer Howard, no final do século. A ideia foi publicada no livro To-morrow a Peaceful Path to Real Reform, de 1898, sendo mais tarde em 1902 reeditado como Garden Cities of Tomorrow. Howard critica a cidade vitoriana (industrializada), propondo uma cidade que suporte a população excessiva das grandes cidades. Num princípio geral a Cidade Jardim procurava criar uma ligação próxima e afirmada com a Natureza.
A sua solução