resumo celso furtado
FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAS
RESUMO
CELSO FURTADO
Manaus/Am
2014
Capítulo XXIII
O problema da mão-de-obra III. Transumância Amazônica
Além da grande corrente migratória de origem europeia para região cafeeira, o Brasil conheceu no ultimo quartel do século XIX e primeiro decênio do século XX outro grande movimento de população: da região nordestina para a amazônica;
A economia amazônica entrara em decadência desde os fins do século XVIII. Desorganizado o engenhoso sistema de exploração da mão-de-obra indígena estruturado pelos jesuítas, a imensa região reverteu a um estado de letargia econômica;
A base da economia da bacia amazônica eram sempre as mesmas especiarias extraídas da floresta que havia tornado possível à penetração dos jesuítas na extensa região; O aproveitamento dos demais produtos da floresta depara-se sempre com o mesmo obstáculo a quase inexistência de população e a dificuldade de organizar a produção com base no escasso elemento indígena local;
Era o caso, por exemplo, da borracha que estava destinada a transformar-se na matéria-prima de procura em mais rápida expansão no mercado mundial;
Sendo a borracha um produto extrativo e estando o estoque de árvore então existente na bacia amazônica, o problema de como aumentar sua produção para atender a uma procura mundial crescente se afigurava extremamente difícil;
Ainda mais do que no caso do café, a expansão da produção da borracha na Amazônia era uma questão de suprimento de mão-de-obra os dados disponíveis como respeito ao fluxo migratório para região amazônica, durante essa etapa, são precários e se referem quase exclusivamente aos embarques de alguns portos nordestinos;
A enorme transumância indica claramente que em fins do século passado já existia no Brasil um reservatório substancial de mão-de-obra e leva crer que, se não tivesse sido possível solucionar o problema da lavoura cafeeira com imigrantes