Capítulo XXIII – O Problema da mão-de-obra III. Dado o declínio da economia extrativista (elaborada pelos jesuítas com uso de mão-de-obra indígena), a região amazônica não demorou a cair em profunda estagnação econômica. Seu alicerce produtivo se manteve na extração de produtos vindos da terra (principalmente o cacau) e no crescer de uma ínfima agricultura para exportação, acima de tudo no Pará (relacionado ao algodão), porém a produção local nunca foi vista com olhos de significância em parâmetros nacionais. Nos últimos 25 anos do século xix e nos primeiros 10 anos do século xx, as circunstâncias sofreram profundas mudanças. O acelerado crescimento da indústria automobilística passou a procurar por mais borracha. A exploração de tal item natural, compartilhou do mesmo problema fundamental que se mostrava na lavoura de café, a mão-de-obra, no entanto na parte amazônica a escassez de força de produção era muito maior que a do centro-sul. Poderia ter havido plantações de seringueira em lugares apropriados e com maior massa populacional, no longo prazo. Entretanto foi no curto prazo que interessou a extração, pois o aumento da demanda e a diminuiçao da oferta, expandiram exageradamente os preços no mercado internacional. Com isso, o vasto desenvolvimento da extração da borracha ocorreu neste período, mostrando que existiu um enorme fluxo de pessoas para a região já mencionada (Furtado expõe que cerca de meio milhão de pessoas foram deslocadas para tal lugar entre 1860 e 1910), gerando a prova de um reservatório substancial de mão-de-obra [no Brasil], que o levou a crer que se não tivesse sido possível solucionar o problema da lavoura cafeeira com imigrantes europeus, uma solução alternativa teria surgido dentro do próprio país. Mesmo este grande deslocamento populacional conseguindo ser explicado a partir de condições bastante próprias, ocorreram dificuldades sociais para as locomoções dos contingentes praticantes da agricultura de subsistência. Uma