Resumo capítulo 1 do livro 1808
Capítulo 1 – A fuga
Na manhã de 29 de novembro de 1807, em Portugal, a circulação da informação que a rainha, o príncipe regente e toda a corte estavam fugindo para o Brasil sob a proteção da Marinha britânica, deixou os portugueses a princípio com a sensação de desamparo e traição, e depois de medo e revolta. Nada como isso tinha acontecido antes, nenhum rei jamais havia pisado em seus territórios ultramarinos antes. E esse acontecimento era primeiramente sem precedentes, tanto para os portugueses que se sentiam órfãos de sua monarquia, quanto para os brasileiros conformados a ser uma simples colônia extrativista de Portugal. No caso dos portugueses foi mais do que uma surpresa, pois a duzentos anos a ideia de Estado, governo, e identidade nacional era bem diferente da de hoje em dia, sem o rei, o pais ficava sem rumo. Dele dependiam a sobrevivência da população, o governo e todas as atividades do país. E Portugal era um dos países mais atrasados da Europa, pois sua monarquia ainda era absoluta, o rei tinha o poder total, não só criava como também executava e julgava as leis. Mas a pergunta que ainda pairava sobre a cabeça de todos era, Por que o rei fugira? Primeiramente, D. João VI não era o rei de Portugal, era apenas um príncipe regente, reinava em nome de sua mãe D. Maria I, declarada insana e incapaz de governar. E D. João VI não era treinado para governar, mas foi “obrigado”, pois seu irmão mais velho, herdeiro natural do trono, já havia falecido. Além de despreparado para reinar, D. João era um homem solitário, com problemas conjugais. Em 1807, fazia três anos que estava separado de sua mulher, a princesa Carlota Joaquina, uma espanhola mandona, com quem tivera nove filhos. O casal que se odiava não dormiam apenas em camas separadas, mas em palácios diferentes, distantes um do outro. Carlota Joaquina morava em Queluz com a rainha louca e D. João morava em Mafra, na companhia de frades e monges. O