Resumo Capitulo 3 o Povo Brasileiro
Mas a gestação do “povo novo” não se fez sem conflitos. Ribeiro investe contra a idéia de uma suposta cordialidade inerente ao “pacífico” e “gentil” povo brasileiro. E passa a elencar as inúmeras “guerras do Brasil”
Os conflitos que acompanharam nossa formação teriam assumido variadas dimensões – étnica, social, econômica, religiosa, racial, etc. – e dificilmente poderiam ser observados em uma forma “pura”. Cada embate traria consigo múltiplas dimensões, exigindo, assim, um olhar atento à sua determinação predominante. O autor enumera alguns exemplos: a luta dos cabanos, de caráter marcadamente inter-étnico; a guerra de Palmares, de contornos raciais; o conflito de Canudos, de corte étnico, classista e racial.
Se nosso povo se plasmou, de fato, na guerra, a colonização não deixou de constituir também um empreendimento – ou uma “empresa”, nas palavras do autor,
“No plano econômico, o Brasil é produto da implantação e da interação de quatro ordens de ação empresarial, com distintas funções, variadas formas de recrutamento da mão-de-obra e diferentes graus de rentabilidade. A principal delas, por sua alta eficácia operativa, foi a empresa escravista, dedicada seja à produção de açúcar, seja à mineração de ouro, ambas baseadas na força de trabalho importada da África. A segunda, também de grande êxito, foi a empresa comunitária jesuítica, fundada na mão-de-obra servil dos índios. Embora sucumbisse na competição com a primeira, e nos conflitos com o sistema colonial, também alcançou notável importância e prosperidade. A terceira, de rentabilidade muito menor, inexpressiva como fonte de enriquecimento, mas de alcance social substancialmente maior, foi a multiplicidade de microempresas de produção de gêneros de subsistência e de criação de gado, baseada em diferentes formas de aliciamento de mão-de-obra, que iam de formas espúrias de parceria até a escravização do indígena, crua ou disfarçada.”
Mas a competição