Resumo Cap. XVIII de "O príncipe"
Belo Horizonte
Abril de 2013
Capítulo XVIII. De que modo os príncipes devem manter a fé da palavra dada (QUOMODO FIDES A PRINCIPIBUS SIT SERVANDA)
O capítulo inicia-se com um comentário em que Maquiavel deixa claro o ponto de partida que dará continuação ao tema: a fé na palavra dada, se feita por si só, não é capaz de trazer sucesso ao Príncipe. Se feita com astúcia, buscando transtornar (de certa forma “contornar”) a inteligência dos homens, será mais eficaz do que aqueles que buscaram afirmar suas palavras com lealdade. Logo depois, expõe que existem duas formas de combater, são através das leis, que é própria do homem, e através da força, que é própria dos animais. Somente uma das formas não é suficiente, e, portanto, o príncipe deve saber usá-las bem, pois uma sem a outra não consegue ser durável. E para usufruir de maneira correta das duas formas, deve-se tomar como exemplo a raposa e o leão: a raposa para conhecer (astúcia) e o leão para defender (aterrorizar) os “lobos”. Afirma que, como os homens são maus, não faltam razões legítimas ao príncipe para que este possa quebrar a sua palavra.
É necessário ao príncipe ser astuto como a raposa para que, em situações em que for preciso quebrar a palavra, saber dissimular e disfarçar. “Aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar”. Maquiavel cita o exemplo de Alexandre VI, que em todo seu reinado fez uso desses princípios, e com sucesso, alcançou os seus desejos enganando os homens. Nesse aspecto, afirma que não é necessário realmente possuir todas essas características, necessário é parecer tê-las, e só parecer tê-las traz mais benefícios. Como parecer piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso é melhor do que realmente sê-lo. Pois frequentemente, para manter o Estado, o príncipe deverá agir de maneira contrária a esses princípios, sendo mau se a situação exigir que o