resumo cap. 5 A perspectiva sociológica
Neste capítulo, Berger levanta uma minuciosa e interessantíssima discussão sobre a questão dos papéis sociais. Sua teoria é a de que a sociedade tem uma presença muito forte na vida do homem e, num certo sentido, tem sido vista, um tanto exageradamente, como uma estrutura organizada, externa ao homem, que o aprisiona e coage. Afirma que, ao contrário do que possa parecer, a análise sociológica nos mostra que quase sempre o que queremos é justamente aquilo que a sociedade espera de nós. Neste sentido, a representação do homem em eterno conflito com a sociedade deve ser relativizada.
Cada pessoa dentro de uma comunidade possui um papel pré-determinado. Algumas pessoas se sentem mais confortáveis do que outras no exercício de seu papel. Contudo, por não ser possível fingir por um longo período de tempo, o papel assumido constrói não somente a ação como o ator, que passa realmente a incorporá-lo, na busca de uma coerência até mesmo interna. Em outras palavras, a consciência é determinada e transformada socialmente.
A noção de que o que o homem pensa tem origem na sociedade, é parte da teorização da chamada Sociologia do Conhecimento, que tenta estabelecer a localização social das ideias, partindo do pressuposto que estas têm sua origem na própria sociedade. Isso pode ser observado nos casos em que uma ideia serve para justificar determinada situação social.
O indivíduo adquiriria, então, sua visão da sociedade da mesma maneira como desempenha seus papéis e adquire sua identidade.
Para Berger esta é também a origem da ideologia, no sentido de entendê-la como um processo de mistificação que serve aos interesses dos que detêm o poder na sociedade e que é aprendido no contexto social.
Nessa concepção, as ideologias explicam e justificam determinadas formas de pensar que, em última análise, são produzidas socialmente e, portanto, são funcionais para sociedade como um todo, embora se dediquem a manter o poder de alguns