Resumo cap 5 ellen wood

3822 palavras 16 páginas
Capítulo 5

Do capitalismo agrário ao capitalismo industrial: esboço sucinto

Na Inglaterra, onde a riqueza ainda derivava predominantemente da produção agrícola, todos os grandes agentes econômicos do setor agrário - tanto os produtores diretos quanto os apropriadores de seus excedentes - ficaram, do século XVI em diante, cada vez mais dependentes do que correspondia a práticas capitalistas: a maximização do valor de troca por meio da redução de custos e do aumento da produtividade, através da especialização, da acumulação e da inovação.

Essa forma de prover as necessidades materiais básicas da sociedade inglesa trouxe consigo toda uma nova dinâmica de crescimento auto-sustentado, um processo de acumulação e expansão muito diferente dos antiqüíssimos padrões cíclicos que dominavam a vida material em outras sociedades. Ela também foi acompanhada pelos processos capitalistas típicos de expropriação e criação de uma massa de não-proprietários. É nesse sentido que podemos falar de "capitalismo agrário" na Inglaterra do início da era moderna, uma forma social com "leis de movimento" características, que acabariam dando origem ao capitalismo em sua forma industrial madura. Não é o objetivo deste livro explorar toda a história do desenvolvimento capitalista, mas podemos pelo menos esboçar algumas das ligações entre o capitalismo em sua forma agrária original e seu desenvolvimento industrial posterior.

O capitalismo agrário era realmente capitalista?

Devemos fazer uma pausa, neste ponto, para enfatizar dois aspectos importantes. Primeiro, não foram os comerciantes nem os fabricantes que dirigiram o processo que impulsionou o desenvolvimento inicial do capitalismo. A transformação das relações sociais de propriedade enraizou-se firmemente no campo, e a transformação do comércio e da indústria ingleses foi mais resultado do que causa da transição da Inglaterra para o capitalismo. Os comerciantes podiam funcionar perfeitamente bem dentro de sistemas não

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