Resumo bauman - identidade
As reflexões de Bauman são um trabalho em desenvolvimento, e ele nunca se contenta em definir ou “conceitualizar” um acontecimento, em vez disso procura estabelecer conexões com fenômenos sociais ou manifestações do etos público que parecem muito distantes do objeto inicial da investigação, e tecer comentários sobre eles.
A metodologia que ele utiliza para abordar um assunto busca acima de tudo “revelar” a miríade de conexões entre o objeto da investigação e outras manifestações da vida na sociedade humana.Com isso, ele considera essencial colher a “verdade” de todo sentimento, estilo de vida e comportamento coletivo. Isso só é possível quando se analisam os contextos social, cultural e político em que um fenômeno particular existe, assim como o próprio fenômeno. Seu intelecto é, de fato, ao mesmo tempo rebelde e rigoroso. É fiel ao presente, mas cuidadoso em reconhecer a sua genealogia, ou melhor, genealogias.
O tema era a identidade, assunto que é, pela própria natureza, intangível e ambivalente. Bauman enfrentou o desafio e realizou um duplo salto-mortal: releu a história da sociologia moderna à luz da obsessão e da importância com que o atual debate público trata a identidade e chegou à conclusão de que é melhor não buscar respostas tranquilizadoras nos “textos consagrados” do pensamento crítico. Modernidade líquida (2000) nos projeta num mundo em que tudo é ilusório, onde a angústia, a dor e a insegurança causadas pela “vida em sociedade” exigem uma análise paciente e contínua da realidade e do modo como os indivíduos são nela “inseridos”. Qualquer tentativa de aplacar a inconstância e a precariedade dos planos que homens e mulheres fazem para as suas vidas, e assim explicar essa sensação de desorientação exibindo certezas passadas e textos consagrados, seria tão fútil quanto tentar esvaziar o oceano com um balde. isso significa conceber a sociologia não como uma disciplina