Resumo artigo kant
Roberto Antonio Saltini
RESUMO: Este ensaio discute um pequeno trecho do Prefácio da 2ª edição de 1787 da Crítica da Razão Pura no qual se apresenta a famosa revolução copernicana de Kant. O sujeito que conhece não é mero espectador sobre o qual atua o que acontece em seu redor, mas é o centro, ponto inicial e ponto final do processo do conhecimento e, assim, a instância que determina como as coisas se manifestam a ele. Não é o conhecimento que se regula pelas coisas, mas, ao contrário, as coisas devem regular-se pelo conhecimento do sujeito.
PALAVRAS-CHAVE: Kant; Crítica da Razão Pura (1787); revolução copernicana.
No trecho da Crítica da Razão Pura (1787) de Kant proposto, uma distinção fundamental a ser feita é aquela entre sujeito e objeto. Sujeito é aquele que conhece, objeto é aquilo que é conhecido.
Inicialmente, deve-se perguntar: o que provém do sujeito? E o que se refere às coisas, bem como à relação entre as coisas que se deseja conhecer, portanto ao objeto?
Outra maneira de se colocar a questão é: de onde provêm os conhecimentos do sujeito, do intelecto ou dos sentidos?
Para o racionalismo “todo o conhecimento procede da razão e do intelecto”[1]; já o empirismo “coloca a principal força nos sentidos”[2]. Segundo Kant, o ponto no qual a metafísica se encontra:
“(...) encontra-se a metafísica ainda tão longe de o alcançar, que mais parece um terreiro de luta, propriamente destinado a exercitar forças e onde nenhum lutador pôde jamais assenhorear-se de qualquer posição, por mais insignificante, nem fundar sobre as suas vitórias conquista duradoura. Não há dúvida, pois, que até hoje o seu método tem sido um mero tateio e, o que é pior, um tateio apenas entre simples conceitos.”[3]
De um lado está o racionalismo, cujo dogmatismo sobre afirmações da razão desconsiderando as impressões dos sentidos Kant não aceita, dando razão a Hume. Por outro lado, no entanto, estão as leis