O artigo “História pública e cinema: o filme Chico Rei e o conhecimento histórico” de Rodrigo de Almeida Ferreira trata sobre a perspectiva cinematográfica de eventos históricos, ou seja, a produção de filmes baseados em fatos históricos. O artigo é estruturado com uma introdução, duas seções e as considerações finais. Ferreira introduz o artigo afirmando que tais filmes, após os avanços tecnológicos a partir da década de 1970, não abrangem mais apenas o espaço do cinema, mas também são utilizados como ferramenta de ensino no mundo acadêmico e escolar. Ainda na introdução, o autor ressalva as críticas feitas especialmente por acadêmicos da área, que criticam a imprecisão e superficialidade das informações históricas. Com isso, questiona-se o valor do conhecimento real proporcionado por esses filmes, já que atualmente eles são indicados como formas de estudo na área de história e por isso ultrapassam o setor do lazer para o setor educacional. A partir dessa problematização, Ferreira analisa a perspectiva do conceito de história pública tendo em vista o filme Chico Rei, dirigido por Walter Lima e lançado em 1985. O filme aborda questões escravistas do Brasil do século XVIII e tem como enredo a lenda de Galanga, um rei africano escravizado e enviado para a região aurífera brasileira. O filme, segundo Ferreira, viabiliza práticas pedagógicas escolares tendo como tema, por exemplo, a sociedade mineira colonial e o escravismo (p. 276). Na primeira seção do artigo, Ferreira destaca dois pontos importantes da relação entre história e cinema para avaliar o que é de fato produção cinematográfica, história pública e conhecimento histórico. O primeiro ponto revela que alguns historiadores resistem em incorporar em seus trabalhos filmes com cunho histórico, devido ao nível de veracidade com o que os fatos são reproduzidos em tela. Os filmes apresentam uma imagem-verdade ao grande público, mesmo sendo reproduções fictíticas sobre o fato histórico em si. Já as pesquisas