Nos últimos anos, o processo de intensificação tecnológica dos sistemas de produção da agricultura, proporcionou o aumento da produtividade e da renda de alguns produtores. Por outro lado, foi também responsável pela exclusão de um segmento de agricultores, aqueles menos preparados para incorporar os avanços tecnológicos, e pela degradação dos recursos naturais, solo, água e biodiversidade. Hoje existe um relativo consenso de que é necessária uma mudança de formato tecnológico, que proporcione condições de sustentabilidade à agricultura, particularmente aquela classificada como familiar. Isto requer a utilização de tecnologias e insumos que contribuam não só para o aumento da rentabilidade, mas também para a superação de problemas ambientais e ecológicos. Neste cenário o projeto propõe-se a gerar tecnologias para a transição agroecológica, orientadas ao manejo e preservação dos recursos naturais, à racionalização e substituição de insumos e ao redesenho de sistemas produtivos agropecuários e florestais voltado para a sustentabilidade. Para tanto, o problema é abordado numa seqüência lógica. Inicia-se com ações que valorizem os recursos genéticos tradicionais, resgatando e melhorando materiais com potencial de utilização em sistemas produtivos de base ecológica, utilizando uma metodologia inovadora, o melhoramento participativo, concretizado na participação conjunta de produtores e técnicos na atividade de avaliação e seleção de plantas. Na seqüência, inserem-se as ações voltadas ao manejo adequado do solo, da água e da biodiversidade, aspectos fundamentais para a transição agroecológica, onde se trabalham os componentes básicos que asseguram a sustentabilidade dos sistemas. Aqui se avaliam ações de manejo, importantes não só para a manutenção da capacidade produtiva do solo, mas para conservação da água e da biodiversidade, que passam pelo estimulo à atividade biológica do solo e pelo estabelecimento de mecanismos de reciclagem de nutrientes através do uso de