Resumo acerca das POLÍTICAS PÚBLICAS E MOVIMENTOS SOCIAIS
A realidade dos movimentos sociais é bastante dinâmica e nem sempre as teorizações têm acompanhado esse dinamismo. Com a globalização e a informatização da sociedade, os movimentos sociais em muitos países, inclusive no Brasil e em outros países da América Latina, tenderam a se diversificar e se complexificar. Por isso, muitas das explicações paradigmáticas ou hegemônicas nos estudos da segunda metade do século XX necessitam de revisões ou atualizações ante a emergência de novos sujeitos sociais ou cenários políticos.
Leciona Cláudia Maria da Costa Gonçalves que as manifestações populares, muitas das quais oriundas de organizações de bairros, das pastorais e das Comunidades Eclesiais, visavam também à construção democrática dos direitos sociais, objetivando o resgate da dívida social brasileira para compor, assim, o novo perfil da dignidade humana.
No mesmo sentido Maria da Glória Gohn, afirma que os autores clássicos analisavam os movimentos em termos evolutivos em que seu surgimento, crescimento e propagação ocorriam por intermédio de um processo de comunicação que abrangia contatos e difusão das idéias. As insatisfações que geravam as reivindicações eram vistas como respostas às rápidas mudanças sociais e à desorganização social subsequente. Assim, os comportamentos coletivos eram considerados, pela abordagem tradicional norte-americana, como fruto de tensões sociais. O sistema político era visto como uma sociedade aberta a todos, plural, permeável. Mas os movimentos sociais não teriam a capacidade de influenciar aquele sistema devido a suas características espontâneas e explosivas. Somente os partidos políticos, os grupos de interesses e alguns líderes teriam tal capacidade.
No Brasil, no final dos anos 1970, quando se falava em novos movimentos sociais, em encontros, seminários e colóquios acadêmicos, tinha-se bem claro de que fenômeno se estava tratando. Era sobre os movimentos sociais populares urbanos,