Resumo 2 Utopias

MEA0019 – Ocupação Humana e Mudanças ambientais: hipóteses, problemas e perspectivas

GRAY, J. Missa Negra – Religião Apocalíptica e o Fim das Utopias. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008, Cap. 01, pp. 11-59.

Vivemos em uma época em que nosso mundo está coberto de escombros de projetos utópicos. A ideia de utopia, vinda da mente de diversos pensadores, parece se afastar da religião, mas, na verdade, está muito ligada a ela. Não vemos, tanto em uma quanto na outra, a crença de que a humanidade está para ingressar em uma nova era de paz e harmonia entre os seres humanos? Foi, de fato, da religião que os movimentos utopistas e apocalípticos surgiram.
Ainda na Idade Média os cristãos acreditavam que a história estava chegando a um fim e que, então, um novo mundo surgiria. No entanto, com o fim do cristianismo, ao invés de perder a força, a crença no fim dos tempos tornou-se mais forte e mais militante. Durante o Iluminismo, por exemplo, Deus foi substituído pelo homem, mas a ideia de que os problemas da sociedade humana seriam abolidos para sempre em um determinado momento de ruptura histórico, é claramente derivada do cristianismo.
É interessante notar que a maioria das religiões não vê a história da humanidade como teleológica, ou seja, com um fim. Foi o cristianismo que introduziu essa ideia que, mais tarde, passou a ser adotada fora do âmbito teológico.
Mais recentemente, por exemplo, os pensamentos utópicos se fizeram presentes no comunismo. Em seu apogeu, essa doutrina produzia muitas características dos movimentos milenaristas – aqueles que seguem a ideia de progresso e prosperidade da humanidade, onde os eleitos serão salvos de uma espécie de juízo final. O nazismo também é outro exemplo de crença teleológica, porém, escatológica, ou seja, o mundo seria destruído para que então, um novo, perfeito, surgisse em seu lugar.
Ainda na crença apocalíptica, mais precisamente em posteriores tradições judaicas, começou-se a criar a noção de um mundo dividido entre o