Restrição do crescimento intrauterino
O crescimento intrauterino restrito (CIUR) ocorre quando o feto não atinge o tamanho determinado pelo seu potencial genético. Este é um problema clínico associado ao aumento da morbidade e mortalidade perinatal e atinge em torno de 7-15% das gestações. Há uma dificuldade em se diferenciar fetos com CIUR e fetos pequenos para a idade gestacional (PIG) saudáveis. Os fetos PIG são aqueles com peso menor que o percentil 10 para aquela idade gestacional ou menor que dois desvios padrão. Há autores que definem CIUR com o mesmo conceito, porém considerando os percentis ou 3 para o diagnóstico e assim tornando-o mais sensível. Outros autores preconizam que além de incluir o peso fetal no diagnóstico, também consideram a necessidade de haver alterações no fluxo sanguíneo umbilical. Não há ainda um conceito internacionalmente aceito como definição clínica de CIUR.
CLASSIFICAÇÃO
Os fetos com CIUR podem ser classificados de maneiras diversas. Identificam-se três tipos, com alterações orgânicas diferentes e evolução distinta, tanto intraútero como pós-natal. Essa diferenciação decorre não apenas do fator causal, mas também da idade gestacional em que acontece a agressão e dos órgãos acometidos. Esses três tipos são denominados simétrico, assimétrico e misto.
Tipo I – Simétrico
Responsável por cerca de 20% dos casos de CIUR. A agressão ocorreu precocemente, na fase de hiperplasia celular. De evolução crônica e usualmente relacionado a infecções maternas (TORCH), alterações cromossômicas ou malformações congênitas. Importante notar que os fetos constitucionalmente pequenos também apresentam um padrão de crescimento simétrico, o que pode dificultar o diagnóstico diferencial. Os recém-nascidos desse grupo geralmente não apresentam hipóxia neonatal.
Tipo II – Assimétrico
A agressão ocorre na fase de hipertrofia celular. A diminuição da oferta de nutrientes nessa fase leva à redistribuição dos fluxos sanguíneos para privilegiar