Ressuscitar é preciso!
Navegar é preciso; viver não é preciso. Parodiando o grande poeta Fernando Pessoa, ouso dizer: RESSUSCITAR É PRECISO! E aí caro(a) leitor(a), você me pergunta: “Ressuscitar?”.
Sim, ressuscitar! Explicar-me-ei. Iniciei o ano preservando o bom hábito da leitura, desta feita um livro de autoria do Padre Fábio de Melo, intitulado “Tempo de Esperas – o itinerário de um florescer humano”. Apesar do autor possuir formação católica, o livro não possui qualquer contra-indicação, posto não questionar dogmas de qualquer fundamentação religiosa.
O cerne do livro é a troca de correspondências entre o velho Abner (professor aposentado de filosofia, apreciador do tempo e das esperas) e o jovem Alfredo (estudante universitário, preso aos ímpetos da juventude, que sofre as dores de um amor perdido).
As temáticas desenvolvidas nas cartas giram em torno das grandes questões humanas, entre elas o amor, a simplicidade, a paciência e, especialmente, o encontro com Deus. O assunto protagonista é a reflexão sobre a verdadeira beleza da vida, escondida na simplicidade, que nossos olhos humanos, carregados pela pressa cotidiana, são incapazes de enxergar.
Diante da revelação do sofrimento do jovem Alfredo, decorrente do amor afetivamente perdido, o experiente Abner o ensina: “A vida continua. Organize seu luto. Há sepultamentos que são necessários para o prosseguimento da vida. (...) A perda sofrida pode se transformar num ganho. É só permitir que dela você receba os ensinamentos. Semente que não aceita morrer não pode produzir frutos. É a regra vegetal a nos propor um jeito sábio de viver”. (grifos nossos). Moral: diante de qualquer sofrimento há um jardim de ensinamentos que precisa ser cultivado.
A partir daí, a dinâmica humana passa a ser comparada à vegetal, onde nós somos os jardineiros de nossas vidas. Plantas, então, são como pessoas, precisam estar no lugar certo e receber o cuidado certo para bem viver. O que é bom para um tipo de