Responsabilidade socioambiental
Autor: Suzana Padua
Por muito tempo, três setores caminharam em percursos quase que independentes: o governo (1º setor); as empresas (2º setor); e as organizações de fins ideais (3º setor), conhecidas como não-governamentais (ONGs). Os interesses de cada um pareciam competir com aqueles dos demais e a integração quando ocorria, era de maneira esporádica.
Não são poucas as ocasiões em que o governo tem demonstrado certa irritação com as ONGs por estarem assumindo papéis que seriam de sua responsabilidade. Mesmo sem querer admitir abertamente que esta pode ser uma reação à sua própria ineficiência, não é difícil perceber as falhas do setor público em suprir à sociedade de suas necessidades relacionadas à saúde, à educação e ao meio ambiente.
As ONGs, por sua vez, em geral são lideradas por empreendedores que têm como característica comum não se conformarem com injustiças, iniqüidades e com perdas do patrimônio natural. As ONGs traçam objetivos e se empenham em realizar as missões que identificam como importantes para minimizar os males das questões que optaram por trabalhar. É comum faltar a essas organizações o profissionalismo que, por exemplo, rege o mundo empresarial. Mas são movidas por valores e por paixão, características fortes o suficiente para impulsioná-las a realizarem as tarefas a que se propuseram, muitas vezes maiores do que se poderia supor ser possível.
Já as empresas, por muitos anos pareciam traçar rumos próprios, interferindo o mínimo possível com o setor governamental, até por questões de impostos e exigências de funcionamento que por vezes representavam despesas adicionais. Também parecia comum a desconfiança dos empresários em relação ao terceiro setor, pois as ONGs sérias comumente se perdiam em meio às muitas de qualidade duvidosa. Mas, aos poucos empresas comprometidas em contribuir para um mundo melhor apareceram e, cada vez mais, emergem com compromissos palpáveis e