Responsabilidade social do professor

Vivemos abraçados a uma grande crise. Ela distorce valores e reveste as atitudes mais comuns do cotidiano com a capa dos interesses e das vantagens. E assim, padecemos de uma distorção nos fundamentos da existência. Embora dependamos uns dos outros para garantir a sobrevivência, não reconhecemos essa condição nas relações diárias da economia, da política ou da religião. E isso vem se prolongado historicamente. Basta vermos como se apresentam, sem quaisquer fingimentos, os abismos sociais brasileiros. Significativa parcela da população vive desprovida dos amparos habitacional, financeiro, médico, educacional e cultural.
Nesse clima de inseguranças e até de incertezas, o educador define a sua responsabilidade em meio a desafios. O professor pode e deve promover a sociedade utilizando a arma do ensino. Quanto se irá fazer com isso? Não é possível medir, mas certamente irá minimizar a ignorância que grassa por aí. Fazer do ensino um instrumento para a formação do homem de bem, lucidamente comprometido com a luta transformadora para uma sociedade que partilhe melhor os seus bens, essa talvez seja a grande compreensão da responsabilidade social do professor. Vê-se, desde já, que o próprio professor necessita educar-se nessa dinâmica, para que suas palavras não sejam incoerentes e fantasiosas.
Ninguém dotado de bom senso aguardaria que a sociedade mais justa surgisse espontaneamente, sem o engajamento político das pessoas. O professor já se situa no centro dessa questão porque ele é um formador de opiniões. Além disso, participa de uma viva e regular relação com seus alunos, onde seu ensino já deve ser exemplificado. Pode fazer ver aí que as suas ideias estão bem sintonizadas com a sua prática.
Conhecer bem o chão em que pisa, ter uma clara finalidade no seu ensino e exemplificar valores políticos nobres são pontos que dão a base da responsabilidade social do