Resistencia de bidens
Embora o controle das plantas daninhas possa ser feito pelos métodos cultural, biológico, físico, mecânico e químico, em se tratando de cultura típica de médias e grandes propriedades, o método químico vem sendo amplamente adotado, em razão da pronta disponibilidade de herbicidas e da economia de mão-de-obra, além da rapidez da aplicação (Burnside, 1992; Melo Filho et al., 1996; EMBRAPA, 1998). Dentre os herbicidas atualmente disponíveis para a cultura da soja, os inibidores da acetolactato sintase (ALS) aparecem com grande destaque, não só em virtude do número de opções voltadas para essa cultura, como também pela eficiência apresentada no controle das principais espécies infestantes (EMBRAPA, 1998; Rodrigues & Almeida, 1998).
A acetolactato sintase (ALS) é o local de ação dos grupos de herbicidas sulfoniluréias, imidazolinonas, triazolopyrimidinas e pirimidil thiobenzoatos. A ALS é a primeira enzima na biossíntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina, catalisando duas reações paralelas: condensação de 2 moles de piruvato, para formar acetolactato; e condensação de 1 mol de piruvato com 1 mol de 2-oxibutirato, para formar aceto-hidroxibutirato (Eberlein et al., 1997). Estes herbicidas têm ganhado popularidade na comunidade agrícola devido à eficácia no controle de várias espécies de plantas daninhas, às baixas doses recomendadas, à baixa toxicidade aos mamíferos e à seletividade a várias culturas.
A seletividade destes herbicidas em algumas culturas, como soja (Glycine max (L) Merrill), é baseada principalmente na habilidade das plantas em metabolizar o herbicida rapidamente em formas não-tóxicas (Sweester et al., 1982). Do mesmo modo, várias espécies de plantas daninhas, como Echinochloa crus-galli (L) Beauv, Solanum nigrum (L) e Sorghum halepense (L) Pers, são naturalmente tolerantes a certos inibidores da ALS pela inativação metabólica (Hutchison et al., 1984).