Residuos agricolas
Luís A.B. Cortez[1] Sérgio W. Bajay[2] Oscar Braunbeck1
Introdução
Hoje, no Brasil, a produção de resíduos agrícolas e florestais é muito diversificada, dadas as dimensões do país e suas especificidades regionais. É praticamente impossível generalizar o uso energético dos resíduos produzidos assim como também o é generalizar suas características. A grosso modo, entende-se aqui como resíduos agrícolas e florestais aqueles oriundos da produção pela ação do homem ficando fora, portanto, os resíduos da exploração de florestas e outras vegetações nativas e do extrativismo. Outra consideração importante está ligada a própria escala de produção. Há culturas tradicionais e muito cultivadas no país como o feijão, a mandioca e até mesmo o milho que embora produzam resíduos associados ao produto de interesse não têm escala que justifique pensar em grandes aproveitamentos. São também normalmente produzidos por pequenos e médios produtores em pequenas e médias unidades de produção. Justamente pelo caráter de policultura esses produtos tem sempre sua produção muito pulverizada atendendo na maior parte dos casos atendem as necessidades locais ou regionais. Dessa forma, analisando-se os resíduos das culturas comerciais mais importantes no país e com caráter de monocultura têm-se: soja, cana-de-açúcar, arroz e eucalipto. A tabela abaixo mostra a área plantada, a produção, a quantidade de resíduos vegetais por hectare e totais para cana-de-açúcar, eucalipto, pinus e arroz no Brasil. Como se vê através dos dados da tabela, a cultura que mais produz resíduos é a cana-de-açúcar. Associado a este fato têm-se que quase 70% da produção nacional está concentrada no interior do Estado de São Paulo numa região de um raio de aproximadamente 150 km e bem servida de rodovias e uma hidrovia o que facilita e reduz os custos do transporte.
Tabela 1 - Principais Culturas