Resgatando vínculos - famílias atendidas no centro de atenção psicossocial
Famílias Defensoras – Centro de Atenção Psicossocial “Nise da Silveira”.
Autora: Elvira de Almeida Machado – Assistente Social
1. Justificativa A legislação brasileira[1] reconhece e coloca a família como prioridade para o desenvolvimento do ser humano. Ela é um grupo fundamental na sociedade e ambiente natural para o crescimento e bem estar de todos os seus membros. Portanto, deve receber proteção e assistência necessárias, a fim de poder assumir plenamente suas responsabilidades dentro da sociedade. Diante de sua função socializadora, a família, é espaço indispensável e salutar para a garantia do desenvolvimento das estruturas psíquicas do ser humano, compreendendo toda a multiplicidade e seus aspectos internos determinados historicamente através da diversidade de condições sociais, econômicas, éticas e culturais. Neste sentido, a convivência em família deve ser uma experiência de cuidados mútuos, uma vez que este grupo de pessoas, com personalidades diversas, une-se no primeiro momento por razões consangüíneas e/ou razões afetivas, objetivando um projeto de vida em comum, compartilhado e experienciado a cada dia. Assim, é diante das trocas afetivas no meio familiar, que serão registradas marcas e vínculos que seus integrantes carregarão por toda a vida. No tocante a relação da família com o PTM², o primeiro momento é árduo e complexo, pois a aceitação da doença desencadeia em um processo simultâneo de culpa e medo, tornando-se um ponto dificultador no tratamento, gerando ansiedade e desgaste na relação intrafamiliar. Percebe-se que a própria invisibilidade da doença mental ocasiona diversos questionamentos e dúvidas acerca do transtorno, causas e conseqüências concomitantes a expectativas do tratamento psiquiátrico e /ou psicológico. Contudo, sabe-se que a maioria das famílias não estão devidamente aptas para lidar com o Portador de Transtornos Mentais, pois é fato que na sociedade atual o diferente