Resenhas wall sr
É claro que o filme – que levou um ano para ser produzido – não poderia prever aquele colapso (que acabou coincidindo com seu lançamento), mas foi rodado numa época em que as especulações na bolsa, com o concurso de jovens e ambiciosos investidores, encabeçavam as manchetes de primeira página dos jornais de economia mais lidos mundo afora. Escândalos fundados em manobras oportunistas de manipulação do mercado financeiro vieram a reboque da “febre das ações” então vivenciada.
O mérito do filme está em ter conseguido expor, com competência, as entranhas mais sórdidas dessa poderosa engrenagem do mundo econômico contemporâneo, para muitos uma autêntica caixa preta, blindada à percepção dos meros “mortais”, leigos no assunto.
Soberbas, as atuações dos atores protagonistas da película, Charlie Sheen, no papel do corretor novato e ambicioso Buddy Fox, e Michael Douglas, na pele de Gordon Gekko, o experiente corporate raider em cujo dicionário inexiste a palavra “escrúpulo”, quando se trata de alcançar seus objetivos e se dar bem naquele meio. Por sua atuação nesse filme, Michael Douglas arrebatou, merecidamente, o Oscar de melhor ator naquela temporada.
O personagem Gekko foi um marco, então, cuspindo da telona frases de efeito tão ao gosto do mundo particular dos investidores profissionais do mercado de ações, a exemplo de: “a ganância é boa”; “a ganância é certa, dá certo”; “a ganância de todas as formas: pela vida, pelo dinheiro, pelo amor, pelo saber”; “eu não sou um devastador de empresas; sou um libertador”. Frases feitas para encobrir a verdadeira personalidade e os