Resenha
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E NOVAS COMPETÊNCIAS:
POSSÍVEIS MEDIAÇÕES QUANTO AO PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA
INTRODUÇÃO
O presente texto tem por objetivo apresentar um estudo realizado acerca dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as possíveis mediações colocadas para a educação física no interior da escola, ante as transformações do mundo do trabalho. Historicamente a educação física sempre foi utilizada como um instrumento de propagação dos ideários hegemônicos tendo em vista a formação humana para um determinado fim (COLETIVO DE AUTORES, 1992). E isto valeu, à educação física escolar, uma posição de destaque em relação às outras disciplinas, garantida no projeto governamental dominante, de forma ímpar, hierarquizada. Porém, com o passar dos anos, ocorreram diversas mudanças no país e estritamente na educação, promovendo diversas alterações na escola. E essas, a nosso ver, aos poucos foram deslocando a educação física da centralidade que possuía no projeto hegemônico capitalista, no interior da escola, para posições mais periféricas ao projeto formador. O novo projeto de formação humana se apresenta, para a escola, tendo como balizador a demanda de novas competências, que são necessidades decorrentes de novas tecnologias e das novas formas de organização do trabalho. Em sua essência, a posse dessas demandas, recai em “(...) uma série de habilidades intelectuais em detrimento das habilidades motoras” (TREIN, 2000, p. 03). Assim, tem-se agora uma nova formação com uma dimensão mais intelectual do que física, instaurando-se, de certa forma, o avesso das exigências que se apresentavam nos modelos de produção do “passado” (Taylorismo/Fordismo), o qual fazia-se necessária uma dimensão mais física do que intelectual ao trabalhador. Quando se observa em que se baseiam as novas competências e como a educação física tem servido ao poder hegemônico