Resenha

A aceleração da inflação durante a década de 1980 esteve fortemente associada à crise fiscal e à dívida externa, mas seu principal determinante foi o conflito distributivo (forte concentração de renda) entre as variáveis distributivas básicas da economia (salários, juros, taxa de câmbio e Dentre as principais causas para o aumento da inflação nesse período podem-se destacar a maxi-desvalorização do cruzeiro em 1979, o aumento das taxas de juros internas, a nova política salarial e o aumento de alguns preços dos bens públicos, que haviam sido mantidos artificialmente baixos na segunda metade da década de 1970.
O processo inflacionário pode ser determinado além dos choques, pelas tendências observadas da inflação. Quando a inflação é crônica, os agentes tentam recompor os picos de rendimentos reais quando ocorrem reajustes periódicos de preços, fazendo com que a taxa de preços siga sendo determinada pela taxa passada, num processo conhecido como inércia inflacionária.
A inflação pode ter origem em pontos de estrangulamento da oferta de alguns bens, mas sua dinâmica mais como um mecanismo de defesa da economia, ou seja, uma maneira através da qual os ciclos econômicos eram moderados e se lograva manter a taxa de investimentos elevada. Dessa forma, a inflação não era consequência da demanda crescente, mas sim dos desequilíbrios estruturais da economia brasileira. Outro ponto considerado pelo autor era o poder de monopólio das grandes empresas e dos grandes intermediários de bens agrícolas; havia inflação em períodos de recessão justamente para acomodar as demandas dos agentes econômicos quando estes percebiam sua renda diminuir, notadamente daqueles que gozavam de poder monopolista.
Casos de hiperinflação ocorrem quando os agentes econômicos perdem a confiança na moeda nacional e passam a querer transformar sua moeda em ativos reais, financeiros e/ou em dólares. Quando a busca pela moeda estrangeira se intensifica, isso acarreta em uma contínua desvalorização real