resenha
Autores como Habermas (1998) e Hall (1992) sustentam que as nações são comunidades imaginadas, criadas em um momento histórico específico com objetivos es píficos, de forma autoritária e violenta; e que não há homogeneidade nem na origem da formação de suas populações nem “pureza” em relação às demais nações em virtude dosdiversos contatos, inclusive por meio da imigração, que transformam o comportamento e a identidade dessas nações. Concordamos com eles. Mas isso não significa que não seja relevante estudar fenômenos com base nas relações locais, internas a lógica de um país em special. afirma que há aspectos culturais compartilhados que justificam o estudo do comportamento de uma comunidade específica “para entender os funcionamentos do poder, e para a compreensão dos recursos dos sem-poder”. Santos (1988) defende que o conhecimento não é apenas total, mas também local, uma vez que surge de problemáticas nascidas localmente. O autor defende que o conhecimento prduzido não pode ser desvinculado da pessoa e do contexto no qual está inserido, de modo a afirmar que todo conhecimento é autoconhecimento e que a produção científica chega a ser autobiografia
No entanto, como demonstra Heringer, há a persistência de diversas formas de desigualdades sociais entre negros e brancos no Brasil, relativos ao nível de renda, de escolaridade, funções de emprego, acesso a infraestrutura básica, habitação, entre outras, nas quais invariavelmente a população negra vivencia as piores condições. A autora defende que este fenômeno não acontece apenas pela origem de menor renda da população negra no período posterior à abolição da escravidão, mas pela perpetuação da desigualdade em virtude da existência de preconceito racial