Resenha: Evans-Pritchard - Bruxaria, oráculos e magia... - OLIVEIRA Revista Diálogos – N.° 11 – abr. / mai. ‐ 2014 255 RESENHA: EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. edição resumida e introdução Eva Gillies; tradução Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. Emanoel Magno A. de Oliveira1 Escrever uma resenha de uma etnografia clássica como “Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande” de Evans-Pritchard não é tarefa das mais fáceis. Ainda mais quando se trata de um clássico da antropologia social, e uma obra bastante conhecida dos antropólogos. No entanto, a presente resenha se centralizara mais na discussão dos aspectos metodológicos utilizados pelo autor na pesquisa que resultou no trabalho etnográfico entre o povo zande. Por fim, discutirá a questão da linhagem teórica a qual estava vinculada o referido autor. Uma resenha que serve para tenta elucidar algumas questões teórico-metodológicas desenvolvida nesta obra por Evans-Pritchard. A bruxaria participa de toda a vida zande, das relações sociais estabelecidas, bem como nas relações cotidianas entre grupos e os próprios clãs. “A bruxaria é onipresente” na vida diária zande. Se um infortúnio se abater sobre qualquer pessoa a qualquer momento e em relação a qualquer atividade cotidiana que pratique, sua causa pode ser atribuída como sendo obra de bruxaria. Tal ligação com a bruxaria só será desacreditada à medida que o oráculo de veneno não confirme o veredito como obra de bruxaria, mas sim como causa de outro agente, a feitiçaria por exemplo. Ao fazer uso do método comparativo o 1 Mestrando em Antropologia pelo PPGA da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: emanoel077@gmail.com. Resenha: Evans-Pritchard - Bruxaria, oráculos e magia... - OLIVEIRA Revista Diálogos – N.° 11 – abr. / mai. ‐ 2014 256 autor destaca os termos utilizados pelo povo zande para relacionar qualquer infortúnio à obra